publicidade

Gestão de Jovens Esportistas: A incapacidade de materialização do futuro, a cultura do comodismo e a necessidade da pedagogização do comprometimento social


por: Gestão e Profissionalismo no Esporte em 06/08/2014


Por Daniel Junior:

Após a invenção do alargamento da estratificação das faixas etárias que compreendem crianças, jovens e adultos, tornando jovens pessoas até 25 anos, cada vez mais longe está a capacidade de responsabilização do êxito profissional pelo protagonismo do exercício de suas atividades laborais tanto no esporte quanto em outros meios profissionais desde jovens, iniciando-se cada vez mais tarde, quiçá após a faculdade, no meio extremamente competitivo da sociedade.

A facilidade para aquisição tanto de bens materiais quanto imateriais, como os diplomas escolares em virtude da legislação da educação progressiva, dito isto pela convicção da única responsabilidade que crianças e jovens possuem, IR PARA ESCOLA, em suas idades, promove um sentimento da obtenção fácil e segura do sucesso.

O acesso fácil, promovido e induzido pela mercantilização de bens e produtos, e a educação a educação mercantilizada, promove cada vez mais cedo a cultura do comodismo, armadilha social que condiciona o indivíduo a não sair do lugar e sua zona de conforto, pseudo paraíso, pois logo a vida irá cobrar caro dos jovens, pois as estatísticas sociais de IDH e os cofres escolares estarão preenchidos.

Um pouco diferente de algumas outras profissões, em virtude da necessidade do diploma para exercício completo de sua função trabalhista, no entanto, similar em seus níveis de responsabilidades e projeção autônoma futura, alguns jovens atletas dotados de capacidades extraordinárias sofrem da incapacidade de criação de perspectiva futura em virtude da ausência de uma memória operatória da dualidade realização – sucesso e estrutura familiar que a direcione, independente da camada sócio-econômica.

A associação da falta de orientação social por meio de pais, professores, familiares e treinadores, falta de responsabilização de atos e ações da idade desde crianças, ausência da dimensão correta dos sucessos e insucessos promovidos por atos anteriores, e a imaturidade superficial típica da idade, resulta em um jovem que com o tempo se descobre incapaz e por si só frustrado em ambientes extremamente competitivos, como no esporte, onde logo cedo é necessário atuar em alto nível da categoria para vencer.

A psicologia do esporte, um ramo da psicologia clínica, tem como uma das escolas, o Behaviorismo, centrado nos comportamentos humanos como caracterizador da personalidade humana quando relacionado às suas ações, e teoriza que a modelação de comportamento de causa-efeito é essencialmente educacional.  

Urge a necessidade do desenvolvimento de jovens capazes de competir em alto nível desde cedo em qualquer profissão, nas escolas com nota de corte alta e competitiva e ainda mais no esporte por meio da pedagogia do comprometimento, da pedagogia da busca para o sucesso, da educação para autonomia, da educação para o desenvolvimento social, da educação que combata a alienação.

Por Daniel Junior, 33 anos, formado em Educação Física e Pós Graduando em Psicologia do Esporte, Daniel atuou como atleta até 2005. Depois, como auxiliar técnico, foi campeão da Superliga e Vice-campeão da Liga Nacional por Unisul e Ulbra. Já em 2008 foi analista de jogo e estatístico da Seleção Brasileira de Futsal em 2007 (Jogos Pan-Americanos) e em 2008 (Mundial de Futsal). A partir de 2009 iniciou a carreira como treinador e em por dois anos (2010 e 2011) teve uma passagem marcante pelo Alto Vale. Em Ibirama, Junior alcançou com o elenco o título de campeão da Liga Sul e da Primeira Divisão dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Atualmente, é o treinador da equipe de Mafra que disputará a Primeira Divisão de 2013. Colunista do EAV desde abril/2013.

PUBLICIDADE

Publicidade
Publicidade
Publicidade